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[RESENHA] O Pequeno Príncipe

Este livro é também um teste. É o verdadeiro desenho número 1. Se não o quiseres compreender, se não te interessas pelo seu drama, fica aqui a sentença do Príncipe: Tu não és um homem de verdade. Tu não passas de um cogumelo.

À primeira vista, um livro para crianças.

Por meio de uma narrativa poética, o livro busca apresentar uma visão diferente de mundo, levando o leitor a mergulhar no próprio inconsciente, reencontrando sua criança.

Na definição de Antoine Saint-Exupéry, seu autor, "um livro urgentíssimo para adultos", o que talvez explique a extraordinária sobrevivência literária de O Pequeno Príncipe. Publicado pela primeira vez em 1943, em Nova York, no ano seguinte, na França, a versão brasileira chegou às livrarias em 1952.

18/06/2018


Um piloto cai com seu avião no deserto e ali encontra uma criança loura e frágil. Ela diz ter vindo de um pequeno planeta distante. Na convivência com o piloto perdido, os dois repensam os seus valores e encontram o sentido da vida. Com essa história mágica, sensível, comovente, às vezes triste, e só aparentemente infantil, o escritor francês Antoine de Saint-Exupéry criou há 75 anos atrás um dos maiores clássicos da literatura universal. 

De criança à adulto, todos não se comovem ao ler o livro. Trata-se da maior obra existencialista do século XX, segundo Martin Heidegger. O Pequeno Príncipe é o livro mais traduzido da história, depois do Alcorão e da Bíblia. Em janeiro de 2015, chegou ao Brasil em nova edição, completa, com a tradução de Frei Betto e enriquecida com um caderno ilustrado sobre a obra e a curta e trágica vida do autor.
O Pequeno Príncipe havia feito uma viagem por inúmeros planetas até alcançar a Terra. Em sua pequena casa, deixara, todo ressentido, sua rosa espinhosa para trás, e fora atrás de aventuras. No primeiro planeta, lidou com um autoritário rei, que ficava constantemente a espera de um súdito. Em seguida, conheceu em outros planetas figuras inusitadas cheias de vícios e vaidades. Ele desenvolveu seu interesse pelo planeta Terra, por ser um grande, cheio de paisagens diferentes e com vários animais distintos. Na Terra, conheceu uma cobra, depois, uma raposa, e enfim, nosso piloto. Mas, os dias de possível sobrevivência do piloto estavam se esgotando. A água só duraria oito dias! 


O autor do livro é o narrador e personagem principal da história, contando sobre o fatídico dia em que o seu avião teria caído no meio do deserto do Saara. Ele inicia a narrativa descrevendo parte da sua infância, quando o mesmo desenhava alguns rabiscos e era tolamente ignorado pelos adultos, que lhe aconselhavam a deixar de lado os seus desenhos e se dedicar mais à outras tarefas, bem como aos estudos. Após ser desencorajado a aperfeiçoar tal hobby, o autor se dedicou à carreira na aviação. Colecionou vários contatos com diversas pessoas, gostava da profissão que exercia, mas no seu íntimo, nunca esquecera o gosto pelo desenho.

Apesar da presença explícita de dois personagens e do registro de um diálogo entre o aviador e uma criança, diversos aspectos autobiográficos estão presentes nesta narrativa. Através de imagens simbólicas, as passagens de ordem temporal, na vida do autor, estão ali presentes: casamento/separação, profissões, sonhos, decepções. Os dois personagens tornam-se representações do próprio Saint-Exupéry, em um monólogo interior entre o "eu" e o "outro".

O personagem principal adormece e, ao acordar, se depara com o Pequeno Príncipe, que pede para que ele desenhe um cordeiro numa folha de papel. O aviador é frustrado em relação aos seus desenhos, pois nunca ninguém conseguia interpretar as suas artes da forma correta.
Ao longo da história, o Pequeno Príncipe  conta as suas aventuras e revela que está a procura de um carneiro para comer as árvores que estariam crescendo em excesso em sua terra, um asteroide conhecido por B 612, que teria apenas uma rosa vermelha e três vulcões, sendo um deles inativo.
O livro é uma fábula. Ou uma parábola, talvez. O Pequeno Príncipe traz muitos ensinamentos em suas entrelinhas! Há vários assuntos tratados como: tolerância, valorização, vícios, manias e o amor. Há uma grande crítica aos adultos, nos fazendo refletir sobre o objetivo de nossos atos.  

No final do livro, há algumas páginas sobre a biografia do autor, assim podemos compreender todas as metáforas feitas por ele., como por exemplo: As estrelas fazem alusão ao nazismo, onde os judeus e outras minorias eram marcados através desse carimbo; A rosa mentirosa e rude, porém, terna - simbolizava sua esposa, uma artista plástica geniosa que Antoine chegou a “deixar para trás”, mas que acabou reatando o relacionamento. 

É um livro para todos os públicos literários. Colorido, cheio de imagens, fotografias e curiosidades! É impossível não se cativar por essa emocionante e inesquecível história.



“Eis o meu segredo. É muito simples: 
só se vê bem com o coração. O essencial é invisível aos olhos.”



CURIOSIDADE:

 Várias editoras publicaram o livro, por isso há muitas capas diferentes, mas o conteúdo é o mesmo, mudam-se às vezes, algumas palavras, mas sem interferir no contexto por serem sinônimos. Eu particularmente, adoro essa capa e a tradução, da editora Novo Século.




Quer saber mais?
Dá uma passadinha na Resenha do filme 🎬 Lá tem muito mais, você vai se surpreender! 



Fábula, Fantasia, Ficção, Lit. Infantil| 98 Páginas|  Editora Novo Século


O Pequeno Príncipe

Antoine  de Saint-Exupéry

Ano 1943 (Primeirra publicação)







Editora Geração Editorial

Edição de luxo (09/01/2015)

Páginas: 160





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