Bruno tem nove anos e não sabe nada sobre o Holocausto e a Solução Final contra os judeus. Também não faz idéia que seu país está em guerra com boa parte da Europa, e muito menos que sua família está envolvida no conflito. Na verdade, Bruno sabe apenas que foi obrigado a abandonar a espaçosa casa em que vivia em Berlim e a mudar-se para uma região desolada, onde ele não tem ninguém para brincar nem nada para fazer.
Da janela do quarto, Bruno pode ver uma cerca, e para além dela centenas de pessoas de pijama, que sempre o deixam com frio na barriga. Em uma de suas andanças Bruno conhece Shmuel, um garoto do outro lado da cerca que curiosamente nasceu no mesmo dia que ele. Conforme a amizade dos dois se intensifica, Bruno vai aos poucos tentando elucidar o mistério que ronda as atividades de seu pai.
O menino do pijama listrado é uma fábula sobre amizade em tempos de guerra, e sobre o que acontece quando a inocência é colocada diante de um monstro terrível e inimaginável.
15/04/2019
Berlim, ano de 1943... iniciamos a leitura com um garotinho chamado Bruno, filho de um soldado nazista.
O menino de pijama listrado, escrito por John Boyne em 2006, é um drama histórico que se passa durante a Segunda Guerra Mundial, quando Hitler e seu exército dominou a Alemanha e criou campos de concentração para exterminar judeus e outras minorias, nos campos de concentração da Alemanha e em outros por alguns países da Europa, por considerá-los seres inferiores aos resto da humanidade. Em outras palavras, este é claramente um livro sobre as vítimas do Holocausto, especificamente os judeus, que usa pessoas imaginárias para representar as atrocidades que ocorreram durante a Segunda Guerra Mundial, mostrando ao leitor dois pontos de vista: o judeu e o alemão.

A trama traz duas crianças de nove anos como protagonistas - o judeu Shmuel e o alemão Bruno vive com sua mãe, pai e irmã Gretel, em Berlim. De repente, por causa do trabalho de seu pai (personagem de desconhecida no início da história), eles se mudam para a Polônia. A nova casa não é muito agradável, mas há algo do lado de fora visto da janela do quarto de Bruno que deixa o menino curioso.O mistério do outro lado da cerca
Quando Bruno conta a história, ele descreve que um homem chamado "The Fury" veio jantar em sua casa pouco antes de sua família se mudar. Ele diz que era: rude, impaciente, desajeitado, pequeno e com um bigodinho que fez Bruno pensar que tinha esquecido de se barbear um pouco.
Logo após o jantar nada agradável, a família de Bruno vai ir à estação de trem para viajar até a sua nova casa No entanto, o menino percebe que diferente de seu vagão, num trem confortável e luxuoso, há um segundo trem em frente ao deles, viajando na mesma direção, com centenas de pessoas apertadas. Numa narrativa de emocionar: ele se pergunta se deve dizer aquelas pessoas que há muito espaço em seu trem.
Bruno acha que mudar de casa foi um erro e ele odeia o seu novo lar porque se sente solitário - em Berlim, ele tinha amigos e os seus avós por perto. E, também o incomoda estar separado de milhares de pessoas por uma cerca alta, coberta com fardos de arame farpado, porque quer ir brincar com as crianças do outro lado. E por que todo mundo do outro lado usa pijama listrado?

Ao longo da história, Bruno conhece um garoto judeu chamado Shmuel que vem do outro lado da cerca. As duas crianças se tornam amigas e toda tarde se encontram, sentam-se e conversam. Embora a cerca de arame farpado do campo os separe, os meninos começam uma amizade proibida. Bruno não sabe que Shmuel é um prisioneiro do campo de concentração que pode ver de seu quarto e que seu pai é um dos comandantes daquele campo, e obedece ordens do nazista Hitler.
Bruno e Shmuel sempre quiseram brincar juntos, mas, por causa da cerca nunca conseguiram. Então, um dia, Bruno, que gosta de explorar, decide ajudar Shmuel a encontrar seu pai, que desapareceu de repente. O menino vai até o outro lado da cerca, onde ele pode realmente ver Shmuel sem qualquer separação física entre eles.
Eles se encontram todos os dias, e Bruno leva comida para ele, porque ele parece muito magro e está sempre com fome. Schmuel diz a Bruno que todos que vestem pijama são judeus e que os soldados os odeiam, mas Bruno não consegue entender isso e tem certeza de que seu pai não odiaria ninguém.
Shmuel é um garoto muito maduro para a idade dele - ele esconde o seu verdadeiro destino no campo de concentração para não aterrorizar seu amigo que não sabe nada sobre o extermínio dos judeus.
O que acontecerá no campo de concentração?

Outros personagens ...
O pai do garoto Bruno, é um personagem importante. Ele é comandante de Auschwitz e trabalha para Hitler (ele é o homem que foi jantar em sua casa). Diferente de seu filho, um homem frio, orgulhoso de seu trabalho como soldado. Ele se veste como soldado e faz com que as pessoas ao seu redor se sintam inseguras, oprimidas e passivas. Na verdade, ele não é considerado o antagonista da história porque ama seus filhos e não quer que eles saibam sobre seu terrível trabalho.
Gretel, a irmã mais velha de Bruno, é considerada o "caso infeliz" por causa de seu comportamento irritante e por se sentir melhor que seu irmão, porque ela é mais velha que ele. Ela é descrita como uma garota mimada, passa o livro quase todo brigando com seu irmão. Mas, descobrimos no decorrer da leitura que ela tem um bom coração e na verdade ama muito o irmão.

Esta é uma história poderosa e de um livro brilhante. A trama é completamente narrada pelos olhos de um garoto de nove anos de idade. Bruno está sempre falando de sentimentos importantes para a sua vida, tais como sentir falta de seus amigos e de antiga casa. Esse livro merece ser presente para todas as crianças acima dos dez anos de idade, elas podem entendê-lo facilmente.
Destaque
Prenúncio - indicando um evento futuro que acontecerá na trama - Bruno acaba de se mudar de casa e da janela de seu quarto avista um campo de concentração. O autor irá explicar tudo ao longo da história.
Repetição - repetindo as mesmas frases, algumas vezes, para tornar uma ideia mais clara - o autor usa essa técnica pedagógica para enfatizar e lembrar algumas coisas. Isso também dá a ideia de ser uma parábola ou uma história para crianças.
Narrativa em Terceira Pessoa - John Boyne escreve como um personagem fora da história. Como Bruno é o personagem principal, o autor dá mais relevância aos pontos de vista de Bruno.
Amizade - A amizade fraternal entre Shmuel e Bruno - é emocionante ver como Shmuel tenta esconder a verdade horrível de seu amigo para não fazê-lo se sentir triste e com pena das pessoas no campo de concentração, que sofrem também por causa de seu pai.
Repetição - repetindo as mesmas frases, algumas vezes, para tornar uma ideia mais clara - o autor usa essa técnica pedagógica para enfatizar e lembrar algumas coisas. Isso também dá a ideia de ser uma parábola ou uma história para crianças.
Narrativa em Terceira Pessoa - John Boyne escreve como um personagem fora da história. Como Bruno é o personagem principal, o autor dá mais relevância aos pontos de vista de Bruno.
Amizade - A amizade fraternal entre Shmuel e Bruno - é emocionante ver como Shmuel tenta esconder a verdade horrível de seu amigo para não fazê-lo se sentir triste e com pena das pessoas no campo de concentração, que sofrem também por causa de seu pai.
O livro de John Boyne é interessante e atrai o leitor imediatamente. Mesmo que use um tema simples - a amizade - dentro de uma história tão densa - o holocausto. Em conclusão, eu recomendo esse livro a todo tipo de público, porque fala sobre uma triste verdade histórica - as atrocidades que ocorreram naquele período e que não devem acontecer novamente.
P.S.: Esse livro foi a primeira resenha que postei no blog em 2017. Após a releitura do livro, acrescentei alguns parágrafos importantes que faltaram da primeira postagem.
Eu fiquei muito sensível após ler esse livro, pela primeira vez. E, em 2017, quase dez anos depois, ao criar o blog, ele foi o primeiro livro que pensei em resenhar.
A humanidade precisar ler:
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