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[RESENHA] A Linguagem Das Flores

A Linguagem das Flores é essencialmente uma história de amor – entre mãe e filha, entre homem e mulher e, sobretudo, de amor-próprio. Victoria Jones sempre foi uma menina arredia, temperamental e carrancuda. Por causa de sua personalidade difícil, passou a vida sendo jogada de um abrigo para outro, de uma família para outra, até ser considerada inapta para adoção. Ainda criança, se apaixonou pelas flores e por suas mensagens secretas. Quem lhe ensinou tudo sobre o assunto foi Elizabeth, uma de suas mães adotivas, a única que a menina amou e com quem quis ficar... até pôr tudo a perder.

Agora, aos 18 anos e emancipada, ela não tem para onde ir, nem com quem contar. Sozinha, passa as noites numa praça pública, onde cultiva um pequeno jardim particular. Quando uma florista local lhe dá um emprego e descobre seu talento, a vida de Victoria parece prestes a entrar nos eixos. Mas, quando ela conhece um misterioso vendedor do mercado de flores os fantasmas do passado começam a assombrá-la novamente.

16/12/2019


A Linguagem das Flores é um romance inesquecível, mostrando a força do perdão e recomeços. As mensagens e significados das flores, são o ponto alto da trama,  achei muito interessante ter ao final da história um dicionário de Victoria para consultarmos, em vários momentos em que as flores iam sendo citada, eu corria para ler seus significados. O mais interessante, é que autora realmente fez uma pesquisa sobre esses significados para criar seu livro, temos em mãos a linguagem, simples, porém marcante de cada flor.

É comovente acompanhar Victoria amadurecer, mesmo aos tropeços. Apesar de se negar ao amor, não fica totalmente imune ao amor maternal de Elizabeth, ao amor de Grant e mesmo à amizade com Renata, a dona da floricultura. 

Em seu livro de estreia, Vanessa Diffenbaugh cria uma heroína intensa e inesquecível. Misturando passado e presente num intricado quebra-cabeça. 


A Linguagem das Flores é dividido em quatro partes, contando com uma diagramação belíssima. A escrita de Vanessa é fluida e encantadora, alternando momentos do passado e do presente da protagonista sem causar confusão, a fim de compreendermos a magnitude da vida de Victoria, sua personalidade, conflitos e sentimentos. A fluidez da narrativa é impressionante, além disto, os capítulos são curtos e por serem narrados em primeira pessoa, fez com que eu me envolvesse ainda mais com a história. Assim como Victoria, os demais personagens ganham personalidades únicas e marcantes, é fácil de se envolver com toda a trama, se apaixonar, entristecer e se alegrar ao lado deles.

A Primeira parte começa com nossa heroína (ou melhor nossa anti-heroína), Victoria Jones, no presente, completando dezoito anos de idade. Ela não é mais responsabilidade do Estado, o que significa que terá que deixar para trás o orfanato que por muitos anos foi a sua casa. Victoria passa de órfã à mendiga e de mendiga à florista. As outras três partes seguem no decorrer da história de forma muito suave, quase imperceptíveis.

"A linguagem das flores era a única coisa à qual eu era leal. Se eu começasse a mentir sobre ela, não restaria nada de belo ou verdadeiro em minha vida."

É fato que a história está longe de ser leve ou delicada, muito pelo contrário, ela é tão complexa e dolorosa quanto à vida real.  Ao falar de temas duros e reais como depressão, abandono, falta de perspectiva e futuro financeiro, e até mesmo das falhas por trás do nosso sistema de adoção, a autora mostra o que a humanidade tem de pior, ao mesmo tempo em que nos convence que a esperança e o amor são flores capazes de brotar até mesmo nos corações mais arenosos.

Victoria tem um problema sério para se comunicar, mas graças às flores sua vida dá uma guinada – ela vê nas flores mais do que beleza. E essa parte deixa a história menos densa, pois enche a mente do leitor com belas flores, seus significados e mensagens. 


A história é inundada de paixão, perdão e recomeços.

O livro, por vezes, foi demasiadamente triste. Contudo, eu me encontrei estranhamente cativada por esta trama e pela beleza da linguagem das flores esboçada por ela.
As ações da protagonista não retratam uma menina que gostaria de mudar de vida, mas alguém que tem muita raiva do mundo.  A sua conduta não era de todo culpa dela, era culpa de um sistema falho.

 Grant é um personagem que eu adorei! Contudo, em nenhum momento me senti emocionalmente envolvida com este casal. De fato, eu não consegui acreditar na conexão entre eles. O relacionamento entre eles é uma espécie de pano de fundo para história, que tem como foco central o amadurecimento de Victoria. Eu queria ter entendido Grant um pouco mais.

A Linguagem da Flores é sobre coragem, redenção e perdão. Ele não traz somente o significado das flores, mas também o real significado de família e de amor. Ele é lindamente escrito de forma a trazer uma certa suavidade à uma trama bastante dolorosa.




O livro é comovente ao ponto de tocar nossos corações!



P.S.: A Linguagem Das Flores


Primeira edição
Editora: Arqueiro
Páginas: 304
Ano: 2011
Brasil

Segunda edição
Editora: Arqueiro
Páginas: 304
Ano: 2015
Brasil



Jovem Adulto e Romance| 304 Páginas|  Editora Arqueiro

A Linguagem Das Flores

Vanessa Diffenbaugh

Ano 2011









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